Leocádia Regalo
12/10/2021 21:16
Vieste em Maio
pela mão da Primavera
trouxeste a primeira rosa
que desabrochou no teu jardim.
Aspirando o aroma rubro das pétalas
meus olhos fecharam-se
com o lampejo
desse instante suspenso
da consonância dos seres fulminados
pela fúlvida chama do desejo.
Inesperadamente
a ternura derramada
sobre as mãos enlaçadas
pousadas na candura
das horas partilhadas
serenamente.
Vieste em Maio
pela mão da Primavera
sem pré-aviso nem intenção meditada.
Puseste-me o coração em alvoroço
e deixaste-me neste enleio
de esfinge fascinada.
Trouxeste a rosa a poesia o calor
de teus gestos largos de ave arribada
ao poiso ansiado da plenitude
intuída na leveza das coisas
criadas com ar água fogo lava
e simples palavras de amor.