J. Freire Ribeiro
26/11/2013 18:33

(depois de contemplar um poema-fotografia de Aragão Humberto)
Saveiros de brancas velas,
de brancas velas reais,
irmãs, na cor, das estrelas
pelas noites tropicais!
Velas brancas – borboletas
pelos mastros inquietas
num constante drapejar – ,
velas brancas dos saveiros
lembrando lenços imensos
em adeuses derradeiros
dos que morreram no mar!
Saveiros de meu Sergipe
cansados da grande luta,
adormecidos no cais!
Escorre o pranto dos astros
pela espinha dos teus mastros
altaneiros, colossais!
Poemas de níveas velas,
de homens trabalhadores
lutando contra o destino,
gastando a vida em suores
quer de noite ou sol a pino
no trabalho amargo e cru!
SAVEIROS de Zé-Menino,
ó colossais borboletas
– SAVEIROS do Aracaju!
(Escrito em 1964)