Isabel Mendes Ferreira
04/04/2015 02:34

Para dizer que está um frio de morrer e que se morre de cinismo e de falta de
pudor. Para dizer que à boca também falta coração e que por esta nos
afundamos em aflições devaneios cordões e baldios. Nada que não saibamos
desde o tempo dos segredos abertos e das borboletas caídas no dorso da
ambição. Saem à rua as doces viúvas dos ossos e dos passos desvairados.
Ambulantes ferraduras a coroar de diamantes o que não passa de barro. Está
frio no pescoço da besta. Está gelo no degelo dos olhos.
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enterrados na nuca como cálices de chumbo.
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enterrados na nuca como cálices de chumbo.