José Rodrigues Dias
04/09/2014 23:39
Nem frio nem quente
nem longe nem perto
nem fechado nem aberto
nem um sul muito a sul nem o norte,
ocidente,
apenas o claro ocidente…,
tão límpido que de poente
e noite
nasce sempre outro dia,
sempre oriente…,
ocidente
onde em outro ninho o cuco aninha os ovos
e onde canta a rola
sem medo da morte
a caminho de outros povos
e o pinhal todo se enrola
com as ondas do mar
em sussurros de embalar
durante a noite,
de dia o mar
que de salgado no seu azul muito azul
fica quase doce
na longa língua de areia
que se alonga,
alonga,
que se alonga…,
e estendida se deleita
e se enleia
nos raios de um verde tão clarinho
como se da mão sensível de homem em jardim
um reflexo muito suave fosse
como por encanto
e nessa água desse verde tão clarinho
quase como se fosse doce
a luz pura entra inteira
e desse banho sai
e entra
e sai
e mais,
e ainda mais...,
como se no céu ali muito azul
mais pura e verdadeira
a luz
ainda ali fosse…