Alvaro Giesta
17/08/2021 02:55
Alquimia do Verbo, o 13.º livro de poesia, são trechos poéticos influenciados pelos dois grandes vultos da literatura portuguesa ― Fernando Pessoa e Herberto Helder (…);
Por caminhos diferentes, por roteiros próprios, por relatividades impositivas e não comparáveis, misturando-me, sem nunca me diluir, quer me passeie lucidamente com Fernando Pessoa, quer me interrogue obscuramente com Herberto Helder.
A febre das palavras pega-se-nos às veias, devora-nos nos delírios, nas alucinações, nas visões do poeta onde a lucidez se cruza, sem se confundir, com a loucura, com irreverência e eloquência, vibrando neste cérebro pertinaz e pertinente.
A poética desta obra, composta por dois ciclos confrontando-se, sem nunca se compararem, com Pessoa, no ciclo 1, e com Herberto, no ciclo 2, é o questionar dos mistérios da palavra que se sobrepõem e completam numa aflitiva clarividência de raciocínio ― a liberdade e a existência do Ser, o enigma da morte e o valor da vida nas palavras com que nos interrogamos, e nos conduzem ao ponto onde nunca nos esquecemos delas, e, por isso mesmo, nunca podem ter repouso.
(Na sequência cinco poemas do livro)