Isabel Mendes Ferreira
28/10/2021 22:34
velante de desvelos verde.mar a caminho de um céu sem nuvens ardentes
mas de sol mordente de verdades vadias como aspas sem regresso como
selos sem cartas como espinhos curvos em cada verbo cavado venturoso
quase venusiano ou apenas ventilativo. ai quanto de ti eu sei sabendo o que
leio no teu olhar velejante e cálido ou apenas venda vencível por um momento
de tréguas. e ao longe rugem as veias. e ao perto estalam as traves como
fivelas rangentes em freios agora deslaçados.______________ai quanto de
nós não dirão os ventos os monstros as fontes as musas as mordaças as
colinas naquele certeiro momento de deitar a palavra ao rio e com ela a maior
solidão e a mais doce folhagem do gesto contido. ______________________
percorremos sós a maior distância e quando o segredo se fez presságio
caravela e sabre juntos tomámos o caminho dos oráculos. ai quanto de nós
sobra no meio dos indícios. no subsolo da memória. no espaço só espaço
intocável e insubmisso. e assim de pasto em pasto nos fomos sapientes e
próximos. fumo e rosas sobre a mesa. ai a saudade a ser terra protectora. esta
que te ofereço. sem taça nem aço.