Isabel Pereira Rosa
24/02/2021 13:36
A mão rasga o ar impunemente
num gesto terminal de colher frutos
ou flores inexistentes.
Depois, recolhe-se e colhe
devagar o que dentro do corpo
flutua e fervilha.
O sangue ainda reconstrói e reconduz
células líquidas
num vaivém copiado
do incessante labor do mar.
A vida em ambulatório;
pesca dos raros momentos
de escassa e efémera beleza.